Faltam 177 dias para o Centenário
40 anos sem Vinicius de
Morais “ ...que seja eterno enquanto dure...”
Chegou o dia da decisão 09 de julho de 2000, a final foi realizada em um domingo.
Eu trabalhei nesse dia e mesmo o jogo sendo as 19 horas, infelizmente não tive condições de comparecer, cheguei em casa por volta das 18 horas e me preparei para assistir pela televisão.
Eu trabalhei nesse dia e mesmo o jogo sendo as 19 horas, infelizmente não tive condições de comparecer, cheguei em casa por volta das 18 horas e me preparei para assistir pela televisão.
![]() |
| Foto:imortaisdofutebol.com |
No primeiro tempo assistimos a um jogo de muita marcação e pouca criatividade de ambas as partes, estávamos jogando com três volantes que marcavam muito, Ricardinho, Marcos Paulo e Donizete, porque o São Paulo tinha jogadores rápidos como França e Marcelinho Paraíba, além de ter Raí que chegava com facilidade
a nossa defesa com triangulações e lançamentos.
Veio o segundo tempo, com o São Paulo atacando mais e nós tentando surpreendê-los nos contra ataques. O tempo passava, a tensão e a ansiedade crescendo e nada de gol. Eu estava assistindo ao jogo sozinho, mas se alguém que não me conhecesse ouvisse meus gritos, minhas falas, xingamentos o tempo todo , chegaria a conclusão que tinham mais pessoas naquela sala.
Vinte e nove minutos do segundo tempo, o São Paulo atacava pela direita no sentido do gol da cidade, falta próxima a linda lateral da grande área, com pouco ângulo para um chute direto, Marcelinho Paraíba bate a falta, mas com a nítida intenção de cruzar a bola e André aceita, para mim uma falha clamorosa, o famoso “peru”. O São Paulo colocava a mão na taça!
Nosso técnico Marco Aurélio já havia feito uma alteração, colocara Muller no lugar de Rodrigo e no momento do gol são paulino, colocou Fábio Jr no lugar do lateral Jackson, a mexida deu certo, trinta e cinco minutos do segundo tempo, Ricardinho na intermediária direita de ataque acionou Muller, que fez a escora para Fábio Jr bater rasteiro, cruzado, no canto direito de Rogério Ceni, era o empate esperado, mas que ainda dava o título para o São Paulo. Nesse momento eu já estava assistindo ao jogo de pé, gritei, vibrei muito com o gol, mas que não mudava nada a nossa situação.
A torcida se incendiou com o gol, começou a gritar e pedir mais um, era apenas isso que precisávamos, fomos para cima do São Paulo, dando a eles o contra ataque, quase levamos o gol em duas oportunidades. O tempo passando rapidamente, o final do jogo se aproximava. O adversário tocando a bola e esperando apenas o apito do árbitro para levantar a taça. Aos 41 minutos, o volante Axel atrasa mal uma bola para o zagueiro Rogério Pinheiro e Geovanni atento ao lance parte para cima, ganha na corrida e é seguro quase em cima da linha da grande área pelo zagueiro, que acaba expulso.
Rogério Ceni colocou seis jogadores na barreira, Geovanni bateu rasteiro, a barreira se mexeu e a bola passou por baixo das pernas de Axel, resvalando de leve ainda nesse jogador e entrou no canto esquerdo do goleiro, 46 minutos era o gol do título, eu fiquei louco de alegria, dei um murro com toda a força na parede da sala da minha casa pra extravasar a emoção, nem pensei nas consequências, podia até ter quebrado um ou mais dedos da mão direita. O Mineirão veio abaixo, era o tri que se aproximava, porém, o jogo ainda não havia acabado, o São deu a saída, atacando pela direita a bola é cruzada para a nossa área, Cris salta e erra o tempo da bola que sobra para França, este cruza para Marcelinho Paraíba livre na pequena área, para nossa sorte ele cabeceia fraco e André faz uma defesa parcial, mas a bola vai em direção ao nosso gol, quando aparece a perna salvadora do nosso Clebão!
Fim de jogo, Cruzeiro Tricampeão da Copa do Brasil!
Anos depois em 2009, tive o prazer de encontrar com Cléber no aeroporto de Confins e pude agradecê-lo pessoalmente por esse lance que está vivo na minha memória.
Cruzeiro Sempre!
Recordar é viver!
Há vinte anos atrás no dia 09/07/00 - 2º Jogo da Final da Copa do Brasil
Local: Mineirão - Cruzeiro 2 x 1 São Paulo Público: 85.841
Arbitragem: Carlos Eugênio Simon, José C. Oliveira e Marcos Ibanez
Cruzeiro: André, Rodrigo, (Muller),Cris, Cléber e Sorin(Viveros); Donizete, Marcos Paulo, Ricardinho e Jackson(Fábio Jr), Geovanni e Oséas.
Técnico: Marco Aurélio. Fábio era o goleiro que estava em nosso banco de reservas nesta partida.
São Paulo: Rogério Ceni, Belletti, Edmilson, Rogério Pinheiro e Fábio Aurélio; Alexandre(Axel), Marcelinho Paraíba, Raí e Maldonado; França(Carlos Miguel) e Edu(Fabiano). Técnico: Levir Culpi
Fonte: Livro - Rei de Copas Alexandre Simões e Almanaque do Cruzeiro Henrique Ribeiro


Nenhum comentário:
Postar um comentário