11 de agosto de 2020

Sábado tinha futebol

 

Faltam 144 dias para o Centenário

 

Para a turma da pelada com carinho 11/08/83


Todo sábado tinha futebol, essa foi uma rotina que apenas com a turma que estou homenageando hoje durou por quase quatorze anos.

A grande maioria dos integrantes desses encontros eram moradores das ruas Jacuí, Itaúna, Machado e Pitangui na confluência dos bairros Floresta, Colégio Batista e Bairro da Graça.

Eu fui um dos idealizadores dessa “ pelada”, mas nos primeiros anos de existência coube ao meu compadre Ricardo Fernando Salgueiro Xavier mais conhecido como Múmia, um papel importante para a integração das pessoas. 

Ele tinha esse apelido, porque segundo colegas dele, que eu tive a oportunidade de conhecê-los, Ricardo foi bater um tiro meta e marcou um gol contra, aí alguém gritou, essa cara é uma múmia e dessa forma o apelido pegou, porém, eu sempre o chamei pelo nome de batismo, ele adorava jogar futebol, mas com todo repeito, foi um dos menos talentosos que eu conheci.

Esse grande parceiro, nos deixou em outubro de 2016 prestes a completar 55 anos de vida, um infarto fulminante o fez partir para outras missões.  

Nossa pelada começou em 1983 no Colégio Santa Maria localizado à Rua Jacuí, a quadra era descoberta e nos períodos de chuva não podíamos correr atrás da bola e todo mundo ficava chateado, pois a turma era composta por boleiros e fominhas. 

Assim no ano seguinte passamos a jogar no Ginásio São Vicente, localizado à Rua São Manoel, com três quadras cobertas e que davam a certeza de ter a pelada, mesmo nos dias de chuva.

Por lá ficamos até o ano de 1988, quando uma briga entre dois participantes Osvaldo e Wellington mais conhecido como Vidão, fez nossos encontros de sábado serem paralisados, contudo, como disse anteriormente, a maioria da turma era formada por vizinhos de rua e retornamos à rotina em 1989 na melhor quadra da região, o Ginásio da Floresta, localizado à Rua Teixeira Magalhães, onde permanecemos até o ano de 1997, quando nossa pelada deixou de existir. A estrutura era muito boa, o ginásio existe até hoje com arquibancadas dos lados da quadra, vestiários amplos, quadra de boa qualidade e bem iluminada.

No Ginásio da Floresta tive o prazer de ver um dos maiores jogadores de futebol de salão do Brasil, Jackson, além de ter visto também, Faissal, Paulinho Bonfim, Walmir,  era uma geração de ouro e todos jogadores de Belo Horizonte.

Os dias de sábado eram esperados por mim e pelos demais integrantes da pelada com ansiedade, eu abria mão de qualquer compromisso para poder correr atrás da bola e depois poder tomar aquela cerveja gelada e resenhar com os amigos e colegas.

Em outros textos contarei mais histórias dessa época, que ainda me fazem sonhar e me emocionar.

O tempo é como o curso de um rio, que sempre segue em frente, e conosco não foi diferente, com o passar dos anos a vida nos foi impondo outros caminhos e pouco a pouco fomos perdendo o contato.

Daquele grupo numeroso tenho contato diário com Humberto meu irmão, que quando começou a dividir as bolas com gente, tinha apenas 14 anos de idade e era chamado de Betinho.

Osvaldo grande amigo, perdi contato em 1998 e não o encontrei  mais, torço que esteja vivo e com saúde.

 Sirlei o goleiro voador outro amigo, nos deixou no dia 30/04/18 aos 85 anos, detalhe jogou futebol até aos 62 anos.

Gel outro goleiro e amigo mora em Carmo da Mata, não nos falamos há um bom tempo.

Paulinho Tonel, encontrei no dia da eleição em 2018, sua mãe é vizinha da minha mãe e sempre tenho notícias dele.

Júlio Borboleta, sempre tenho notícias dele pelo Eduardo.

Eduardo nosso melhor goleiro de todos os tempos, um irmão que a vida me deu de presente, tenho contato com ele até hoje.

Os irmãos Nicoliello: Walter, conhecido com Veínho, Wilson conhecido como Bill, jogava duas horas de futebol e não suava a camisa e Wellington, conhecido com Vidão, nosso melhor jogador, faltou pouco para ser profissional, também não tenho visto esses três irmãos.

Citei aqui a espinha dorsal da pelada, mas foram vários outros colegas que participaram dos nossos encontros.

Ainda tenho comigo o caderno de anotações com as datas das peladas e o registro do pagamento de cada um dos participantes, também não tive coragem de me desfazer dos calções, camisas, meiões e coletes, são meus troféus.

 

Cruzeiro Sempre!

 

Recordar é viver, há 37 anos atrás no dia 11/08/1983 em um sábado ensolarado nos reunimos pela primeira vez para realizar a nossa pelada!


Um comentário:

  1. Bons, simples e divertidos tempos! Eram só a bola, a gritaria e muita alegria.

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