Faltam 142 dias para o centenário
Iríamos jogar a final da Libertadores em casa, precisávamos de vencer por qualquer placar, empate levaria a decisão nos pênaltis e isso não queríamos que acontecesse, porque já havíamos sofrido por duas vezes naquela competição, contra o El Nacional e Colo-Colo.
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| Foto: Cruzeiro divulgação |
Eu morava em Campinas
e não tive condições de vir até Belo Horizonte assistir à decisão, contudo,
como meu aniversário é no mês de agosto, meus pais foram me visitar e assistiram
ao jogo comigo.
O jogo foi muito
tenso, no primeiro tempo pouquíssimas chances criadas pelo nosso ataque, muita
marcação de ambos os lados, muita entrega dos jogadores e pouco futebol. O Sporting
Cristal taticamente anulou nossas principais peças e os times foram para os
vestiários com o placar em 0x0.
Na minha casa assistindo
ao jogo com meus pais, eu estava muito nervoso e extravasando minhas emoções,
minha mãe que também é cruzeirense apreensiva, já meu pai que é torcedor do
dilurdes assistia à tudo calado, imagino o que não passava nos
pensamentos dele.
Voltamos para o
segundo tempo, precisávamos mais do que nunca de um golzinho apenas para
levantarmos o caneco, contudo o panorama do jogo não mudou muito, as chances de
gols eram raríssimas.
Aos 20 minutos uma
falta para o Cristal, Solano bate “mascado” no canto esquerdo de Dida que dá
rebote, nessa hora eu vi o gol do adversário, o brasileiro Julinho acompanha o
lance e chuta para marcar, mas Dida
faz uma defesa de goleiro de handball com os pés e evita o gol peruano.
Minha mãe
não se conteve e disse que se meu pai continuasse com aquele semblante de “cinismo”
ia expulsá-lo da sala, o tempo fechou completamente.
Passado o susto o jogo
segue, até que aos 30 minutos após cobrança de escanteio por Nonato da
esquerda, a defesa do Cristal tira a bola para fora da área, Elivelton pega o
rebote e bate de primeira, de perna direita no canto esquerdo do goleiro Balerio
que deu uma mãozinha.
No momento do gol eu fiquei
louco de emoção e literalmente me joguei sobre os meus pais, abraçando os dois
e vibrando de alegria.
Depois foi só esperar
o tempo passar e ao apito final do juiz, gritar como todas as forças: Bicampeão!
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| Conmebol Libertadores |
Cruzeiro Sempre!
Recordar é viver, há
23 anos atrás no dia 13/08/97
2ª Partida da
decisão da Copa Libertadores de 1997
Mineirão - Público: 106.853
Cruzeiro 1 x 0 Sporting Cristal
Arbitragem: Javier
Castrilli, Luís Olivetto e Gerardo Bertoni ARG
Cruzeiro: Dida, Vitor, Gelson, Gotardo e Nonato; Fabinho, Ricardinho (Da Silva) e Donizete; Palhinha, Marcelo Ramos e Elivelton. Técnico: Paulo Autuori.
Sporting Cristal:
Balerio, Soto, Marenga, Asteggiano e Torres
(Serrano); Garay, Solano, Rivera e Prince Amoako (Carmona); Julinho e Bonnet.
Técnico: Sérgio Markarian
Gol: Cruzeiro - Elivelton 30’ 2º T
Fonte: Almanaque Cruzeiro - Henrique Ribeiro e Livro Rei de Copas Alexandre Simões
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