Hoje é aniversário do proprietário do blog, então nada mais justo do que invadir aqui...
Em meados da década de sessenta
foi inaugurado o Estádio do Mineirão, que é o estádio mais famoso de Minas e um
dos mais famosos do Brasil e até mesmo do mundo. Foi também na mesma época que o
Cruzeiro começou a ganhar força no cenário nacional e até mesmo internacional,
já que até então apenas os times do Rio e de São Paulo ditavam o esporte no
país. Cruzeiro passou a mostrar seu brilhante futebol a todos os brasileiros,
inclusive ganhando campeonatos mais renomados. Curiosamente, meses antes de
tudo isso acontecer, nascia um cruzeirense muito apaixonado pelo time, o Luiz Tadeu.
Ahh, mas essa história não é
tão tranquila assim não. Na época os pais do Luiz esperavam ansiosamente pela
chegada dele (ou dela). Como não havia ultrassom na época, só mesmo após o
nascimento era possível saber o sexo do bebê. Já estava decidido que se fosse
menino o nome seria Luiz Clemente Neto. Se fosse menina, seria Ana Maria, nome
escolhida pela tia. Na época os pais tinham uma mercearia (depósito) que vendia pães e leite. Os fregueses chegavam e eram atendidos com um enorme balcão que
separava o freguês do atendente. Do lado de dentro um estrado de madeira para o
atendente ficar mais alto.
Nesse mesmo local havia uma
geladeira e os fios ficavam espalhados pelo chão. Foi quando a mãe do Luiz,
grávida, foi “pular o fio” e acabou caindo, batendo o barrigão no chão e
fazendo com que o bebê se virasse dentro da barriga. Esse tombo ocorreu dias antes da previsão do nascimento do bebê. Dias depois a mãe entrou em trabalho de parto. Foram mais de 60 horas em
apuros. O médico que acompanhava o trabalho de parto chegou a avisar ao pai do
Luiz que tanto o bebê quanto a mãe corriam risco de morrer. Desesperado, o pai
foi até a Igreja de São Judas Tadeu, que na época era uma Capelinha e fez a
promessa ao santo que se tudo corresse bem e caso nascesse um menino, se chamaria
Tadeu em homenagem ao santo. Foi um longo trabalho de parto, começando na parte da manhã do dia 10 de agosto e se encerrando somente na noite do dia 12 de agosto, com um lindo final feliz de um novo começo de vida. E aí a origem do nome Luiz Tadeu.
O tempo foi passando e
chegou a fase escolar. A escola que Luiz estudou por volta dos 8 anos foi a
Barão de Macaúbas. Luiz foi criado “num sistema bruto” pelos pais. Ao
participar de uma brincadeira de pescaria na escola e ganhar uma pulseirinha de
lata (imitando prata), viu a ira do pai. Luiz chegou todo feliz com o acessório
em punho, se sentindo “o cara”, mas o pai foi logo cortando o barato, mandando
tirar. A mãe também era braba e não dava margens para negociar.
Nessa mesma época Luiz já
tinha a paixão pelo futebol. Tanto que consegue lembrar com perfeição da
elegância dos familiares indo aos estádios ver o time jogar. Homens sempre
muito bem vestidos usando ternos, gravatas, chapéus... Ali a paixão pelo futebol
já era gritante.
Na faculdade Luiz adorava fazer
desafios com os colegas. Vivia “ganhando apostas” porque conseguia equilibrar
prato na cabeça. Mas ele escondia o segredo da cabeça “chata”, herança das
complicações de quando nasceu.
O tempo foi passando e Luiz conheceu
a mulher da vida dele. Uma Cruzeirense? Claro que não! Luiz foi se apaixonar
justamente por uma bela torcedora do dilurdes de olhos verdes, de “gênio forte, mas bondosa,
com coração grande e que gosta de trabalhar muito”, como ele próprio diz. E eu
posso concordar, porque a conheço razoavelmente bem. E sou testemunha do quão
ela é trabalhadora e do quanto esse amor recíproco dos dois só cresceu e cresce
com o passar do tempo.
Um amor que venceu a
distância física. Nem sempre puderam morar juntos. Muitas vezes estavam até em
estados diferentes, ficando bastante tempo sem se encontrarem em uma época em
que fazer ligação era caríssimo e passagens eram quase inacessíveis. Tudo isso
foi apenas fazendo com que todo o amor se solidificasse ainda mais. Luiz sempre
trabalhou muito, mas muitas vezes o trabalho presencial ficava restrito ao
horário comercial. Já a mulher não tinha horário certo, já que muitas vezes
dava aulas até quase 11 da noite. Ainda assim, quando já era possível usar mais
o telefone para fazer interurbanos sem gastar todo o salário, era sagrado o
horário dela largar tudo para conversar com ele. Ahh, vale lembrar que a paixão pelo futebol e pelo Cruzeiro sempre acompanharam o Luiz por todos os locais em que ele estava/morava. Mesmo longe de Minas ele conseguia assistir aos jogos. E quando conseguia dar um pulinho em BH para matar as saudades da mulher, familiares e amigos, sempre dava um jeitinho de ir em algum jogo. Ou até mesmo marcava uma viagem para outro local para poder ver o time jogar.
Luiz encarou mais de dois
mil quilômetros do Pará até BH e foi recebido em casa pela mulher e pelo sobrinho/filho.
A canseira era gigante, mas a alegria era maior. Balões enfeitavam a casa. Foi
uma alegria tão grande esse retorno que a canseira da longa viagem até sumiu.
Ficaram as lágrimas e a alegria do reencontro, dessa vez, com certeza de tempos
juntos.
Nessa época as coisas já
estavam melhores. Luiz já podia estar em sua querida cidade ao lado dos
familiares e amigos. E também de seu querido “filho”, o João. Luiz foi
agraciado com um lindo menino, sobrinho de sua mulher. A relação familiar fez
com que eles ficassem ainda mais próximos e Luiz virou o “pai” do João. A gente
sabe que pai é quem cria, quem é presente, quem ajuda, quem educa, quem dá
broncas... Então nesse contexto não há a menor dúvida sobre essa relação de
amor, respeito e carinho entre os dois. Na verdade, entre toda essa família e
não apenas entre os dois. João foi agraciado com um pai e com duas “mães”. A
biológica e a tia. Todos presenteados uns com os outros. Uma linda história de
soma de amor.
Luiz conseguiu passar seu
amor futebolístico para João. Inclusive Luiz chegou a comprar chuteiras para os
dois jogarem juntos em Nova Lima. Acho que nessa época Luiz já estava um pouco “enferrujado”,
como ele próprio diz. Até 2010 Luiz jogava futebol mesmo, como sendo uma rotina, depois passou a desgostar
um pouco de jogar futebol, já que se sentia muito competitivo, igual na
adolescência, que chorava de raiva quando perdia algum jogo. Então a paixão
pelo futebol passou a ser mais visual, de acompanhar os jogos pela TV, indo aos
estádios, ouvindo pelo radinho... Ahhh o radinho... nenhum narrador da TV
substitui os jogos sendo narrados pelas sintonias AM das rádios, até mesmo
quando está lá no estádio acompanhando o jogo. A paixão pelo futebol também
incluí relíquias: estojos de colecionador, diplomas, jornais antigos,
camisetas... Só mesmo um torcedor muito apaixonado para guardar a nota fiscal
de um estojo comprado em 3 de junho de 2011 pela bagatela de 700 reais. Só
mesmo um torcedor para guardar as taças embrulhadas em um plástico bolha.
Luiz fez e faz grandes
amigos por onde passou e por onde passa. Seja os amigos da empresa que trabalha
(incluindo suas diversas filiais), seja os amigos das antigas do Bloco “Boca
Branca”, os amigos do Bairro Floresta, os amigos da pelada de 83 a 96, os
amigos das escolas e faculdade... Sem contar, claro, a base familiar com os
irmãos, tios, primos... e toda a família da sua digníssima esposa.
Diz a lenda que uma “estrela
amarela representa uma conquista” e Luiz está aí com várias estrelas amarelas
ao seu redor. Então no dia de hoje só temos que desejar muita saúde, muitas alegrias,
muitas realizações... Infelizmente por conta do momento atual de pandemia as
comemorações ficam restritas ao virtual. Então quero deixar registrado aqui um
pouquinho da sua história. Feliz Aniversário, Luiz. Com carinho de uma invasora
que foi pega no flagra e que teve total apoio e ajuda da sua mulher para tal
invasão. kkkkkkkk. E com ainda mais carinho para você da sua mulher, que é uma pessoa fantástica. Como ela está aí pertinho de você poderá te parabenizar de forma mais intimista e contando mais casos e causos particulares, sem grande exposição, assim como todos os seus amigos e familiares.
Com carinho, D.a.n. (uma "crionça" da sua digníssima e também uma aprendiz de designer deste blog)
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