11 de junho de 2020

Casa de Vó + 1925



Faltam 205 dias para o centenário



No primeiro texto publicado neste blog no dia 28/04/20, 1925, escrevi que a minha jornada teve início no Porto de Nápoles em 1897, com a “galera” capitaneada por Domênico Chimenti e sua prole, mas para não cometer injustiças, o texto necessita ser complementado.
Outros pediram passagem para serem citados, peço desculpas pelo lapso.

Através de pesquisas e conversas que tive com minha mãe e baseado nas minhas lembranças junto a outros queridos parentes que não se encontram mais conosco, construí essa “árvore genealógica”.

Os primeiros a desembarcarem em terras brasileiras foram os “Sardelli,” que por razões que não consigo comprovar, passaram a assinar “Sasdelli". Consta nos registros do Arquivo Público Mineiro, que deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa em 03/05/1896, saíram do Porto de Gênova com destino do Rio de Janeiro, a bordo do Navio Rosário. A família era composta pelo casal Pietro e Carolina  Sardelli e seus filhos Orfeo, Adolfo, Armando, Bianca e Delfina. 
A outra turma partiu do mesmo Porto de Gênova, só que no ano seguinte,   a bordo do Navio Colombo, tendo o Rio de Janeiro como destino. Deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa em 24/05/1897. A família era composta por Enrico e Maria Ferretti e os filhos, Sofia, Olímpia, Rafaelle e Amato.
Tenho uma lição de casa a fazer e espero ter êxito, que será buscar as informações dos Chimenti, Del Rio,  Ferreti e Sardelli em terras italianas.
Mas até agora, quem estiver lendo vai se perguntar e o título desse texto, Casa de Vó?


Da união de Sofia e Orfeo, nasceram Élide, Irene e Duílio.
Irene casou-se com Luizinho e fui abençoado de tê-los como avós e meus padrinhos de batismo.
Minha avó Irene era uma pessoa muito bondosa, austera, excelente administradora financeira, trazia todos os gastos anotados em uma caderneta.
Todos a respeitavam muito, inclusive meu avô! 
Vivia a maior parte do meu tempo na casa deles e lá era um lugar especial  por diversas motivos, o principal deles por eu ser criança e depois  pelas peculiaridades que nos cercavam. 
Lá os bichos tinham nomes próprios, a galinha se chamava Luciana, o galo Fontana, o gato Rito, o cachorro Leng. Rito e Leng chegaram filhotes e cresceram juntos e entre eles a convivência sempre foi pacífica.  
Luizinho meu avô, tinha a oficina de automóveis, ele era especialista em carburadores, tinha uma clientela seleta e eu ficava encantado com os “carrões” que iam lá para serem consertados, tinha Pontiac, tinha Studebaker, tinha Chevrolet 48 dentre outros  e eu sabia de cor o nome de várias partes dos componentes dos motores.
Todos os domingos almoçávamos macarronada, no sábado à noite era a vez da carne de panela, no armário da cozinha sempre tinha uma marmita esmaltada cheia de torresmos.
Lá sempre ouvíamos músicas italianas, jovem guarda, a casa tinha muito movimento, muita vida, no Natal sempre havia o almoço em família.
Minha avó Irene não se expressava muito sobre o futebol, mas seu time do coração sempre foi o Palestra/Cruzeiro.

Hoje é o dia do seu aniversário de nascimento 11/06/1914.
No dia 29/11/1991 foi chamada para missões mais nobres.
A Dona Irene Sasdelli Clemente minha gratidão e saudades!

Cruzeiro Sempre! 
     
Fonte: Arquivo Público Mineiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário