30 de abril de 2020

O ídolo que não conheci


ANO 0 - Publicação 2




Na minha proposta de escrever neste blog as histórias ligadas ao nosso Palestra-Cruzeiro, terei a oportunidade de dedicar alguns posts aos nossos ídolos eternos.

Se alguém ouvir o nome de Leonídio Fantoni, provavelmente poucos irão saber ou se lembrar de quem se tratou, mas se falarmos em Niginho, com certeza nós palestrinos/cruzeirenses iremos sorrir e nos emocionar.              

Niginho nasceu em Belo Horizonte em 12 de fevereiro de 1912 e faleceu também em Belo Horizonte em 5 de setembro de 1975 aos 63 anos.

Apareceu como um fenômeno no Palestra Itália com menos de 19 anos de idade, tendo sido campeão nos anos de 1929, 1930 e 1940. Com a camisa do Cruzeiro foi tricampeão em 1943,1944 e 1945 e como técnico comandou o Cruzeiro no  tricampeonato de 1959, 1960 e 1961.

De acordo com o almanaque do Cruzeiro, de Henrique Ribeiro, Niginho marcou 206 gols em 257 jogos, sendo o terceiro maior artilheiro de toda a nossa história.

Jogou na Lazio da Itália, entre 1931 e 1935, chamado de “Fantoni Terço”, pelo fato de outros dois "Fantonis"  terem jogado também por lá (Nininho e Ninão). Na sua estreia deu a vitória a Lazio no clássico contra o Milan marcando 4 gols.

Para não se tornar soldado italiano na Guerra da Abissínia, uma vez que possuía dupla cidadania, empreendeu uma   fuga espetacular ao Brasil, retornou ao Palestra Itália em 1937,   nesse mesmo ano foi emprestado ao Palestra Paulista (Palmeiras). De acordo com o Almanaque do Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti, fez seis jogos pelo clube paulista, com a marca incrível de seis gols marcados. Conquistou cinco vitórias e empatou uma partida. Posteriormente foi jogar no Vasco, tornando-se Campeão Carioca de 1937, sendo o artilheiro do campeonato, com 25 gols em 20 jogos, conforme informação do Blog de Nilo Dias Réporter.

Essa performance o levou a ser convocado para a Seleção Brasileira para disputar a Copa do Mundo de 1938,  que aconteceu na Itália. Na semifinal o Brasil jogou contra a Itália e pelo fato dele ter se negado a ser soldado na Guerra e fugido do país, Benito Mussolini Ditador Italiano e também torcedor da Lazio usou de seu poder junto a FIFA e Niginho foi impedido de atuar nesse jogo . O Brasil perdeu por 2 a 1.   

De acordo com o livro “Seleção Brasileira - 90 Anos”, de Roberto Assaf e Antonio Carlos Napoleão, defendeu o Brasil em quatro jogos entre 1936 e 1937 com três vitórias, uma derrota e dois gols marcados.

Nos jogos contra o time “dilurdes” Niginho marcou 26 gols e contra o América marcou 46, tendo recebido o título de “Carrasco dos Clássicos”.

Quando meu avô falava de Niginho o “tank”,  os olhos dele brilhavam, era emocionante presenciar como o velho Luizinho se contagiava em falar dos gols, dos lances, da raça, da velocidade que acompanhavam o atacante que à época jogava na posição de “center four.

Meu avô contava que tinha um goleiro no time dilurdes, que posteriormente foi vereador e comentarista de rádio e televisão em Belo Horizonte, que entrava em desespero quando Niginho pegava na bola, gritava com sua dupla de zagueiros o tempo todo, pedindo atenção ao nosso “tank” matador!

Niginho sempre fez parte do meu imaginário de torcedor, como eu queria ter podido vê-lo jogar e dar alegria a nossa torcida!. 
Ficava imaginando suas arrancadas sensacionais contra o gol adversário, fazendo valer da sua velocidade, força física e altura de 1,88 metros.

Em 2016 tive o prazer de conhecer um sobrinho neto do Niginho, Henrique Fantoni, também cruzeirense, a vida profissional fez os nossos  caminhos se cruzarem, conversamos por um bom tempo sobre esse fantástico Leonídio Fantoni!                  

Cruzeiro Sempre!


Recordar é  viver!


Há 32 anos em 30/04/88: Cruzeiro 3 x 1 Uberlândia - Campeonato Mineiro
Local: Mineirão - Público Pagante 1.970
Arbitro: Waldemar Firme, Hamilton Rodrigues da Costa e Waldir Santana Durães
Cruzeiro: Wellington, Balu, Gilmar Francisco, Vilmar,Vladimir; Ademir, Heriberto (Edson Sousa ) e Careca; Robson, Hamilton e Edson. Técnico: Carlos Alberto Silva  
Uberlândia: Moacir, Marcelo, Amauri, Tiãozinho e Geraldo; Fernando, Chiquinho e Eduardo (Edilson); Cesinha, Almir e Beduíno (Luiz Carlos). Técnico: Jair Bala 
Gols:  Almir 9’ 1º T Uberlândia - Robson 18’ 1º T, 
          Careca 27’ 1º T e Hamilton 33’ 2º T- Cruzeiro

Fontes: Almanaque Cruzeiro - Henrique Ribeiro, Livro de Palestra a Cruzeiro uma Trajetória de Glórias - Plínio Barreto e Luiz Otávio Trópia Barreto, terceirotempo.uol.com.br, estadiomineirao.com.br  

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