ANO 0 - Publicação 2
Se
alguém ouvir o nome de Leonídio Fantoni, provavelmente poucos irão saber ou se
lembrar de quem se tratou, mas se falarmos em Niginho, com certeza nós
palestrinos/cruzeirenses iremos sorrir e nos emocionar.
Niginho
nasceu em Belo Horizonte em 12 de fevereiro de 1912 e faleceu também em Belo
Horizonte em 5 de setembro de 1975 aos 63 anos.
Apareceu
como um fenômeno no Palestra Itália com menos de 19 anos de idade, tendo sido
campeão nos anos de 1929, 1930 e 1940. Com a camisa do Cruzeiro foi tricampeão
em 1943,1944 e 1945 e como técnico comandou o Cruzeiro no tricampeonato de 1959, 1960 e 1961.
De
acordo com o almanaque do Cruzeiro, de Henrique Ribeiro, Niginho marcou 206
gols em 257 jogos, sendo o terceiro maior artilheiro de toda a nossa história.
Jogou
na Lazio da Itália, entre 1931 e 1935, chamado de “Fantoni Terço”, pelo fato de outros dois "Fantonis" terem jogado também
por lá (Nininho e Ninão). Na sua estreia deu a vitória a Lazio no clássico contra o Milan
marcando 4 gols.
Para
não se tornar soldado italiano na Guerra da Abissínia, uma vez que possuía
dupla cidadania, empreendeu uma fuga
espetacular ao Brasil, retornou ao Palestra Itália em 1937, nesse
mesmo ano foi emprestado ao Palestra Paulista (Palmeiras). De
acordo com o Almanaque do
Palmeiras, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti, fez seis jogos pelo clube
paulista, com a marca incrível de seis gols marcados. Conquistou cinco vitórias
e empatou uma partida. Posteriormente foi jogar no Vasco, tornando-se Campeão Carioca de
1937, sendo o artilheiro do campeonato, com 25 gols em 20 jogos, conforme informação do Blog de Nilo Dias Réporter.
Essa
performance o levou a ser convocado para a Seleção Brasileira para disputar a
Copa do Mundo de 1938, que aconteceu na
Itália. Na semifinal o Brasil jogou contra a Itália e pelo fato dele ter se
negado a ser soldado na Guerra e fugido do país, Benito Mussolini Ditador
Italiano e também torcedor da Lazio usou de seu poder junto a FIFA e Niginho foi
impedido de atuar nesse jogo . O Brasil perdeu por 2 a 1.
De
acordo com o livro “Seleção Brasileira - 90 Anos”, de Roberto Assaf e Antonio
Carlos Napoleão, defendeu o Brasil em quatro jogos entre 1936 e 1937 com três
vitórias, uma derrota e dois gols marcados.
Nos
jogos contra o time “dilurdes” Niginho marcou 26 gols e contra o América marcou
46, tendo recebido o título de “Carrasco
dos Clássicos”.
Quando
meu avô falava de Niginho o “tank”, os
olhos dele brilhavam, era emocionante presenciar como o velho Luizinho se
contagiava em falar dos gols, dos lances, da raça, da velocidade que
acompanhavam o atacante que à época jogava na posição de “center four.
Meu
avô contava que tinha um goleiro no time dilurdes, que posteriormente foi
vereador e comentarista de rádio e televisão em Belo Horizonte, que entrava em
desespero quando Niginho pegava na bola, gritava com sua dupla de zagueiros o
tempo todo, pedindo atenção ao nosso “tank” matador!
Niginho
sempre fez parte do meu imaginário de torcedor, como eu queria ter podido vê-lo
jogar e dar alegria a nossa torcida!.
Ficava imaginando suas arrancadas sensacionais contra o gol adversário, fazendo valer da sua velocidade, força física e altura de 1,88 metros.
Em
2016 tive o prazer de conhecer um sobrinho neto do Niginho, Henrique Fantoni,
também cruzeirense, a vida profissional fez os nossos caminhos se cruzarem, conversamos por um bom
tempo sobre esse fantástico Leonídio Fantoni!
Cruzeiro Sempre!
Recordar
é viver!
Há 32 anos em 30/04/88: Cruzeiro 3 x 1 Uberlândia - Campeonato
Mineiro
Local: Mineirão - Público Pagante 1.970
Arbitro: Waldemar Firme, Hamilton Rodrigues da Costa e Waldir Santana
Durães
Cruzeiro: Wellington, Balu, Gilmar Francisco, Vilmar,Vladimir; Ademir,
Heriberto (Edson Sousa ) e Careca; Robson, Hamilton e Edson. Técnico: Carlos
Alberto Silva
Uberlândia: Moacir, Marcelo, Amauri, Tiãozinho e Geraldo; Fernando,
Chiquinho e Eduardo (Edilson); Cesinha, Almir e Beduíno (Luiz Carlos). Técnico:
Jair Bala
Gols: Almir 9’ 1º T Uberlândia - Robson 18’ 1º T,
Careca 27’ 1º T e Hamilton
33’ 2º T- Cruzeiro
Fontes: Almanaque Cruzeiro - Henrique Ribeiro, Livro de Palestra a
Cruzeiro uma Trajetória de Glórias - Plínio Barreto e Luiz Otávio Trópia
Barreto, terceirotempo.uol.com.br, estadiomineirao.com.br